A semana entre 18 e 22 de agosto será marcada por extremos climáticos no Brasil. O destaque da previsão do tempo fica para a formação de um ciclone extratropical no Sul, que deve provocar temporais, queda de granizo e rajadas de vento acima de 70 km/h, com acumulados que podem superar 150 milímetros em apenas dois dias no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Enquanto isso, no Centro-Oeste e no interior do Sudeste, o veranico mantém as temperaturas elevadas, chegando a 40 °C em algumas cidades, aumentando o risco de incêndios e trazendo estresse térmico ao gado. No Nordeste e no Norte, a previsão é de chuva no litoral e de tempo firme no interior, com calor intenso e baixa umidade do ar.
Confira os detalhes da previsão do tempo para cada região do país, com informações da Climatempo e análise do meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller.
Sul
O tempo segue instável na região Sul do país. As chuvas atingem o litoral de Santa Catarina, enquanto pancadas mais intensas avançam pelo Rio Grande do Sul e se espalham para as demais áreas. O norte do Paraná ainda terá períodos de sol, mas o cenário muda a partir de terça-feira (19), com a formação de um ciclone extratropical entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai.
Esse sistema deve provocar temporais em toda a região, com risco de queda de granizo e rajadas de vento que podem superar os 70 km/h. Os acumulados devem ultrapassar 150 milímetros em apenas dois dias no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, aumentando a possibilidade de alagamentos e prejuízos no campo.
No Paraná, a chuva será mais concentrada no centro-oeste, com até 50 milímetros, favorecendo a reposição hídrica, mas atrasando a colheita do milho de segunda safra.
Sudeste
O padrão de sol e nuvens predomina no Sudeste, mas novas áreas de instabilidade podem provocar chuva fraca e isolada no litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além da Zona da Mata de Minas Gerais.
Na quarta-feira (20), o avanço de uma frente fria deve trazer acumulados de até 40 milímetros em São Paulo e Paraná, com risco de temporais, ventania e granizo. No interior paulista e mineiro, o veranico mantém as temperaturas elevadas, com máximas em torno de 38 °C, aumentando o risco de incêndios e estresse térmico no gado.
Ainda assim, atividades como a colheita do café, moagem da cana-de-açúcar e a colheita do trigo, milho de segunda safra e algodão devem prosseguir normalmente.
Centro-Oeste
O tempo firme predomina na maior parte da região, com temperaturas acima de 40 °C em Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. A umidade relativa do ar atinge níveis críticos, abaixo de 20%, o que aumenta o risco de incêndios florestais.
Na quarta-feira, a frente fria que avança do Sul pode provocar temporais em Mato Grosso do Sul e no oeste de Mato Grosso, com acumulados de até 40 milímetros. As rajadas de vento e a queda de granizo podem prejudicar operações agrícolas. Apesar do calor, as colheitas de café, trigo, algodão e milho de segunda safra, além da moagem da cana-de-açúcar, seguem em andamento.
Nordeste
No Nordeste, a chuva perde força em Salvador (BA), mas ainda pode ocorrer de forma isolada em Sergipe e Pernambuco. Ondas de leste mantêm a instabilidade no litoral da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte, com acumulados de até 60 milímetros ao longo da semana.
Já no interior, o calor chega a 38 °C, com baixa umidade e risco de incêndios. As operações agrícolas seguem sem grandes prejuízos, especialmente na colheita do algodão. A tendência é que as chuvas retornem às áreas produtoras da região apenas no fim de setembro.
Norte
A instabilidade continua em partes da região, com risco de temporais no Amazonas, Acre, Rondônia e norte do Pará. Em Roraima, a chuva pode atingir 50 milímetros, mantendo a umidade do solo. No Tocantins, centro-sul do Pará e Rondônia, o tempo firme e as temperaturas próximas a 38 °C aumentam o risco de incêndios e de estresse no gado.
As atividades agrícolas podem ser realizadas, mas os produtores devem evitar o uso do fogo até a retomada gradual das chuvas, prevista para outubro.